10/01/2020

Resenha: A Floresta das Árvores Retorcidas



Ficha técnica:

A Floresta das Árvores Retorcidas
Autor: Alexandre Callari
Ano de publicação: 2019
Nº de páginas: 420 

Para quem acompanha meu trabalho com frequência, sabe que sou fã do trabalho de Lovecraft, e sempre procuro por trabalhos que envolvam horror cósmico, seja em filmes, livros, jogos ou outra mídia. É um gênero que me interessa bastante, e quero consumir cada vez mais coisas sobre ele.

Então, quando soube da publicação de A Floresta das Árvores Retorcidas, tratei logo de adquirir meu exemplar.




A história se passa num lugar conhecido como Arkham (ao menos, os moradores a chamam assim). Adam é um advogado recém-divorciado, que muda-se para o local na esperança de recomeçar sua vida. Ele gostava de sua antiga vida, era verdade, mas estava cansado de viver apenas do modo que a esposa queria que ele vivesse (não que o divórcio tenha sido amigável).

Porém, ao chegar em Arkham, Adam percebe que o buraco é muito mais embaixo, e que a decadência de todos os dias bons que ele já teve estava apenas começando. Os moradores agiam de forma esquisita. O condomínio não era dos melhores, os funcionários eram ranzinzas e cada morador era mais esquisito que o outro.

Só que nada é tão ruim que não possa piorar. Logo no primeiro capítulo, presenciamos algo grotesco, e acabamos descobrindo que aquela é só a pontinha do iceberg. A cidade reserva muitas coisas para Adam, e a maioria não é nada legal.

Adam acaba conhecendo Pombo, um garoto que mora no mesmo prédio que ele. Pombo, que quer ser guia de turismo, se encarrega de mostrar a cidade para Adam. Só depois ele viria a descobrir que aquela não era o supra sumo das cidades turísticas. Pelo contrário. A cada minuto que se passava, nosso protagonista tinha vontade de ir embora daquela cidade maluca. Mas não dava. Ele simplesmente não conseguia. Era como se a cidade tivesse vida própria, e o forçasse a ficar ali.




Alexandre Callari é um fã declarado de Lovecraft, e assume que o livro é uma homenagem ao autor. Podemos ver a influência do criador de Cthulhu em cada uma das páginas, seja na descrição melancólica sobre os personagens e lugares, em palavras pouco usuais ou até mesmo em alguns diálogos rasos (já que diálogo não era o forte de Lovecraft). Até mesmo o famoso Necronomicon aparece na história, e é totalmente importante para a trama.

Os personagens são bem desenvolvidos e, mesmo com ideais diferentes, ambos acabam por se unir, para evitar que um mal catastrófico aconteça. Uma das entidades malignas criadas por Lovecraft está presente no livro, e Callari faz jus ao seu criador.

Além de brincar com o universo de Lovecraft, Alexandre Callari também flerta muito com o terror dos anos oitenta, os famosos terror trash. Se você é fã desse tipo de filme, o livro é um banquete para você.


A Floresta das Árvores Retorcidas é um ótimo livro de terror, e ganha ainda mais créditos por ser nacional. Mesmo sendo uma homenagem a Lovecraft, Alexandre Callari tem voz própria. Seus personagens não são perfeitos, mas passamos a torcer por eles durante a história, conforme conhecemos um pouco mais sobre cada um. A diagramação do livro é um espetáculo à parte, sem contar que a edição é em capa dura. Ou seja, é um livrão. Se você gosta de terror, gosta de Lovecraft ou até mesmo está procurando novos autores nacionais, A Floresta das Árvores Retorcidas é exatamente o que você procura.

Nota:


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Siga-nos no Instagram @dicasdojess