01/10/2019

Marie Laveau, a Rainha Voodoo

Conheça a história da Rainha Voodoo de Nova Orleans





Talvez você não tenha ouvido falar dela, mas ela é tão famosa que, mesmo após tantos anos, sua história ainda é contada. Eu estou falando de Marie Laveau, a Rainha Voodoo de Nova Orleans. E, mesmo após sua morte, acredita-se que ela não renunciou o título pelo qual é conhecida. É dito que o cemitério St. Louis, em Nova Orleans, onde ela está enterrada, é o cemitério mais assombrado da América. 


Marie nasceu num bairro francês de Nova Orleans. Há divergências sobre seu ano de nascimento. Alguns dizem que foi em 1794, enquanto outros afirmam que foi em 1801. Ela era filha bastarda de uma escrava liberta chamada Marguerite com Charles Laveau, o quinto prefeito de Nova Orleans. Ela morou com a mãe e a avó numa fazenda, e foram elas quem ensinaram a Marie o ofício de sacerdotisa. Há rumores de que ela também liderou um bordel, mas esse boato nunca foi confirmado.

Em 1819, ela casou com um imigrante haitiano, Jacques Paris que, assim como ela, era um negro livre. A certidão de casamento deles está conservada na catedral de St. Louis, em Nova Orleans, até hoje. Dizem que eles tiveram dois filhos, mas ambos morreram muito cedo. Jacques também faleceu cedo e, até hoje, ninguém sabe o que houve com nenhum dos três. Depois disso, ela ficou conhecida como Viúva Paris.

Mesmo tendo adquirido todo o patrimônio do marido, ela decidiu trabalhar. Ela abriu um salão de cabeleireiro, e muitas de suas clientes eram mulheres brancas e muito, muito ricas. Isso lhe dava acesso à algumas informações, e foi nessa ocasião que ela passou a falar para suas clientes que era uma sacerdotisa voodoo. É, ela deixava as clientes arrumadas e lia suas mãos, fazendo premonições sobre o futuro.



Marie acabaria se casando de novo, dessa vez com Christopher Glapion, com quem ficou até o fim de sua vida. Os dois tiveram QUINZE filhos juntos, mas apenas Marie Laveau II chegou à fase adulta. Pode parecer coincidência, mas muitos acreditam que, na verdade, era uma maldição. Quando seu trabalho passou a ser conhecido, muitos homens que tinham engravidado mulheres pobres procuraram por Marie, para que ela causasse abortos à distância nessas mulheres, através do voodoo. Ao fazer isso, ela teria condenado a vida de seus próprios filhos e, com exceção de Marie Laveau II, nenhum chegou à fase adulta.

De alguma forma, Marie também era uma espécie de amuleto para criminosos condenados. Ela sempre era contratada por famílias de pessoas que tinham sido condenadas. Após a realização do ritual, o julgamento ficava favorável ao réu. Entretanto, não era nada barato contratar esse tipo de serviço. A casa em que Marie morou até sua morte foi um prêmio que ela ganhou por ter livrado o filho de um fazendeiro rico de ser condenado.



Reza a lenda que quem levou o voodoo para Luisiana foram os escravos africanos. Os praticantes de voodoo sabiam exatamente quais ervas usarem em cada situação. Cura, causar alucinações, causar dores, envenenamento, etc. Rapidamente, o voodoo se tornou uma tradição. Em Nova Orleans, o principal lugar para as práticas dos rituais era a praça Congo, e era nessa praça que Marie realizava alguns rituais, principalmente nas tardes e noites de domingo.

Alguns de seus rituais envolviam sacrifícios de animais e hipnose, além de cura para doenças, amaldiçoar pessoas e adivinhações. Alguns, entretanto, acreditam que tudo isso não passa de mentira, e que Marie era, na verdade, uma farsa. Lembrem, ela era cabeleireira, e atendia a alta sociedade de Nova Orleans. Ou seja, ela ouvia fofoca o dia todo, todos os dias, sobre a cidade inteira. E, se os boatos de que ela era dona de um bordel forem verdade, ela saberia sobre o passado de muita gente, o que também justificaria ela conseguir, supostamente, favorecer réus em julgamento: seria só um pouco de influência na sociedade e ameaças relativas a segredos.

Isso, é claro, nunca foi provado.



Por volta de 1860, Marie parou de fazer seus rituais em público, e ninguém nunca soube o motivo. Entretanto, isso não a impediu de continuar algumas práticas em sua própria casa. Marie Laveau faleceu em 1881, e dizem que ela estava com um grande sorriso no rosto, no momento de sua morte. Ela foi enterrada no cemitério de St. Louis, no túmulo de sua família. Como esperado, seu funeral teve a presença de uma multidão.

Como sua vida sempre foi cercada de misticismo, era de se esperar que algumas lendas surgissem após a sua morte. Alguns acreditam que a Rainha Voodoo não morreu, mas sim se transformou em um corvo, para observar a cidade. Seu túmulo seria amaldiçoado, mas muita gente visita o lugar, marca XXX na lápide, bate nela três vezes e faz um pedido, na esperança de que a Rainha Voodoo o realize.



Marie Laveau não perdeu a popularidade com o passar dos anos. Ela acabou se tornando uma personagem da Marvel Comics, sendo adversária do Dr. Estranho. Ela também foi uma das protagonistas de American Horror Story: Coven. Várias músicas foram inspiradas nela, e algumas até mesmo levaram seu nome.

Mas e você? Acredita que ela era mesmo uma sacerdotisa voodoo, ou isso foi tudo armação?


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