07/07/2019

[Crítica] Stranger Things - 3ª Temporada



Stranger Things tá de volta, amigos!

Pouco mais de um ano e meio se passou desde que a segunda temporada da nossa série queridinha foi ao ar. Quando soubemos que a terceira temporada não chegaria no ano seguinte, mas só no próximo, ficamos devastados. Felizmente, o tempo passou voando, e a série já está entre nós.

O mundo nunca mais foi o mesmo desde a primeira temporada de Stranger Things. É seguro dizer que a série é a original Netflix que mais agrada o público. Também, não podíamos esperar menos. Anos 80, referências à centenas de coisas que amamos, personagens cativantes, missões secretas da CIA e uma dimensão cheia de monstros. Como poderia dar errado?

Querendo ou não, a adolescência acabou chegando para aquelas criancinhas que todos nós aprendemos a amar (ou odiar, vai saber). E, diferente das outras temporadas, temos um pouco mais de subtramas, que souberam mesclar romance, drama e, claro, o bom e velho terror, tema central da série. Talvez tenha sido essa a razão da terceira temporada ser a melhor da série.

A terceira temporada expandiu a mitologia da série, mesmo sem ousar tanto. Ao contrário do que todo mundo pensou, o Devorador de Mentes não ficou preso no Mundo Invertido ao fim da segunda temporada; ele ficou preso aqui, na nossa realidade, e agora está convocando pessoas para formar seu próprio exército. E, ao contrário da segunda temporada, onde ele era apenas uma sombra, ele ganha uma forma física, e é absurdamente assustadora. Demogorgon não é ninguém perto da versão física do Devorador de Mentes.

Além do arco do Mundo Invertido, também há um arco soviético. No fim da Guerra Fria, um grupo soviético se instalou em Hawkins, com a intenção de abrir um portal para o Mundo Invertido (esse povo não aprende), e é um arco que pode ser explorado ainda mais na temporada seguinte (que pode ser a última).


A narrativa e o roteiro não deixam a desejar. É uma trama interessante, com pontas bem amarradas (e algumas soltas, para serem amarradas na temporada seguinte) e personagens cativantes. Parece mais um filme de 8 horas, e você nem percebe a hora passar. Foi interessante ver um pouco mais da rotina de cada personagem, principalmente os protagonistas. Eles estão na adolescência, e precisam lidar com essa nova fase da vida. Estão aprendendo que nem tudo dura pra sempre e que sim, amigos podem estar longe um do outro e ainda serem amigos, e que não tem problema fazer novas amizades.

Deixo um comentário especial para a representação feminina na série. A amizade entre Onze e Max cresce aos poucos, descobrindo que garotas podem, sim, ser independentes e fazer o que der na telha. Por outro lado, vemos Nancy trabalhando num lugar recheado de machistas e, mesmo assim, ela não desiste de lutar pelo que acredita.

A atuação dos personagens é um show à parte. A dinâmica entre os personagens está cada vez melhor. Millie Bobby Brown (Onze) está cada vez mais à vontade na personagem. Claro, a série está recheada de atores e atrizes fantásticos, mas o trabalho que essa menina vem fazendo é fora de série. Os diretores perceberam que o bromance entre Steve e Dustin foi o ponto alto da segunda temporada e desenvolveram isso ainda mais no terceiro ano da série, com a adição de Robin (Maya Hawke. Sim, ela é filha de Ethan Hawke e Uma Thurman), que também dá um show de atuação. Pra completar o quarteto, temos Erica, irmã de Lucas. Ela é o tipo de personagem que você ama odiar.

Esse quarteto parece estranho? Muito, mas funciona que é uma beleza.


Mas não pensem que o terceiro ano é só drama. O Devorador de Mentes está solto, e vai destruir tudo o que ver pela frente. E ele foi muito bem-feito, diga-se de passagem. Cada detalhe da criatura é surreal. O vilão humano também faz bonito, e deixou muita gente com medo só pelo fato de aparecer na tela.

O terceiro ano bate de frente com os outros dois, e só deixa ainda mais claro por que a série é tão querida pelo público. Infelizmente, por outro lado, também deixa claro que está pronta pra acabar. Os diretores já confirmaram que haverá uma quarta temporada e que talvez, e somente talvez, haja uma quinta. Eles só querem contar o que precisa ser contado, e o final da terceira temporada realmente deixa claro que, por mais que um arco novo tenha sido introduzido, a série está chegando ao fim, e está pronta pra isso, quando for a hora.

Nota:



Um comentário:

  1. Amei ler essa crítica MARAVILHOSA e sem spoilers, por motivos de força maior não consegui maratonar, mas essa semana avanço mais um pouco...

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