Hey, gente. Tudo bem com vocês? Essa é a primeira resenha feita por uma
colaboradora honorária (minha namorada). Espero que gostem.
Na pousada Marco do Percurso estavam reunidos os mesmos seis homens de sempre. Depois de um dia de trabalho eles se reuniam no estabelecimento para por as notícias em dia, e contar histórias sobre O Chandriano e O Grande Taborlin. O hospedeiro da pousada, Kote, esquece de seus problemas ao servir seus clientes, e seus olhos perdem o vazio que sempre carregam. As estradas estavam cheias de soldados desertores, e eles não eram nada amistosos, isso acabava por afastar a clientela da pousada.
Em uma noite de outono, a normalidade deixa a pousada quando Carter, um dos seis homens, chega a Marco do Percurso todo sujo de sangue, segurando uma estranha forma em suas mãos, coberta por sua manta de sela. Ao ver a criatura (uma enorme aranha, do tamanho de uma roda de carroça, dura e negra) todos se apavoram, uma coisa é contar e acreditar em histórias de demônios, outra era ver um bicho estranho daqueles bem à sua frente! Para todos ali, ver o Scrael, nome da criatura, era tão surreal quanto parecia. Bom, quase todos. Demônios, criaturas malignas e fantásticas eram Comum na vida de nosso hospedeiro.
É ai que percebemos que Kote não pode ser um simples hospedeiro.
Era noite. Cansado de tanto andar, pois seu cavalo e alguns outros bens haviam sido roubados na estrada por um grupo de ex-soldados, um escriba muito conceituado, conhecido como O Cronista, avistou ao longe uma luz. Esperava chegar em Treya em poucos dias, mas precisa de um descanso, por isso rumou em direção a luz. Ao chegar, percebeu de imediato que não fora uma boa ideia, não era uma simples lamparina, mas sim uma enorme fogueira, com uma panela esquentando, e um cheiro de podridão no ar. Havia um homem também, com uma pesada capa e capuz. Era Kote, ou melhor, Kvothe. Algumas horas depois Kvothe entrava em sua pousada, com o cronista inconsciente aos seus braços.
Ao anoitecer do dia seguinte O Cronista acordou, e se encontrou com o hospedeiro no andar de baixo da pousada, durante uma breve conversa com Kote, o homem começou a ligar a figura em sua frente com os acontecimentos da noite anterior e então se deu conta de que poderia estar diante de Kvothe, O Matador do Rei, Kvothe - O Sem Sangue, Kvothe - O Arcano, e tantas outras histórias que são protagonizadas por ele. Muitos acreditavam que ele estava morto, ou que ele nem existia.
E agora estava ali, bem na frente do Cronista. Era sua chance de contar a história, e descobrir o que era verdade e o que não era. Após convencer Kvothe a revelar seu passado a ele, Kvothe propôs fazer isso em três dias, ou não revelaria nada. Se aceitasse, O Cronista teria que faltar ao seu encontro com o Conde... Acho que sabemos o que aconteceu. Então, Kvothe começa a contar suas aventuras e desventuras, a primeira parte de sua vida, desde que era um garotinho até a sua juventude.
Romance de estreia de Patrick Rothfuss, O Nome do Vento, primeiro volume de A Crónica do Matador do Rei, conta com uma série de motivos para serem lidos.
Narração
A narrativa cativante é um dos pontos mais notáveis do livro. Rothfuss soube exatamente como usar as palavras para transmitir todo tipo de emoção. Um dos momentos mais memoráveis para mim, foi quando aos 15 anos, Kvothe toca um alaúde depois de anos sem tocar, a descrição dos sentimentos do garoto ao tocar o instrumento que ele tanta amava acabou por me fazer derramar algumas lágrimas. Os capítulos não são tão grandes, alguns tem um pouco mais de dez páginas. Alguns dos capítulos são interlúdio, ou seja, quando a história para e volta para o presente, esses capítulos costumam ter entre duas e cinco páginas.
Clima de Universidade
Outro ponto que me cativou bastante foram os momentos de Kvothe na Universidade, aprendendo simpatias além de outras coisas. Construindo amizades (Simmon e Wilen se tornam seus melhores amigos), fazendo inimigos também (como Ambrose, um jovem nobre que acha que é o dono do mundo e faz muitas armadilhas para prejudicar Kvothe) e até a mesmo a relação com seus professores. Tudo isso tem um clima muito agradável e me fez lembrar de Harry Potter.
Mistério
Algo terrível aconteceu. E isso mudou tudo na vida do pequeno Kvothe. E o que ele viu, ele fez questão de manter adormecido na memória, para não lembrar, nem sentir. Anos depois, ele deixou sua mente acordar, mas havia dúvidas... o que ele viu era verdade, ou apenas a sua mente de criança havia inventado tudo? Afinal, O Chandriano era apenas uma lenda, certo? É exatamente isso que Kvothe quer descobrir. Por que Os Chandrianos fizeram aquilo? Qual a origem? Quais são os seus sinais? Eles são reais? Essas perguntas não atormentam somente o nosso protagonista, mas a nós mesmo.
Temas explorados
Diferente da maiorias das histórias, O Nome do Vento não é sobre apenas uma coisa e outra. Fala sobre o amadurecimento, as amizades, o primeiro amor (que conta, inclusive, com Denna, uma jovem bem independente para seu tempo, que vive nas mesma condições de Kvothe, porém tem menos oportunidades, afinal, faltavam às mulheres as mesmas oportunidades que eram dadas para os homens), conviver com uma dor ou trauma, sobre ser você mesmo, ser um herói, até saber os seus limites e tantas outras coisas que tornam a descrição do livro mais difícil. E melhor de tudo é que isso não impede que a história se desenvolva bem, tudo está ali para um porquê, e nada fica de lado.
Cenário
Os cenários são bem descritos, não de um jeito chato, apenas o suficiente para que tenhamos a sensação de conhecermos o local. Meus locais favoritos na histórias, com certeza são:
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